sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Assistência Farmacêutica X Atenção Farmacêutica

A Assistência Farmacêutica engloba uma série de ações e atividades que vão além da prática do profissional farmacêutico, caracterizando um campo de atuação de natureza multiprofissional e interdisciplinar.
A Assistência Farmacêutica envolve desde a produção dos medicamentos até a sua utilização pelos pacientes, envolvendo, portanto, as etapas de seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição, prescrição e dispensação de medicamentos.
Assim, o termo Assistência Farmacêutica, compreendido de forma ampla, enfoca prioritariamente a organização desta no setor público no âmbito do SUS. Nesse contexto, destaca-se a importância do gerenciamento e da informação como instrumento gerencial, da orientação ao usuário do sistema de saúde e ao cidadão quanto ao uso racional de medicamentos e, quando necessário, de uma terapêutica medicamentosa de qualidade, segura e efetiva.
No Brasil, ainda há certa confusão entre os termos Assistência Farmacêutica e Atenção Farmacêutica. Este último termo é traduzido do inglês Pharmaceutical Care e do espanhol Atención Farmacéutica ou Cuidado Farmacéutico e remete a relação entre o farmacêutico e o paciente e aos cuidados com a Farmacoterapia.
A definição de Atenção Farmacêutica de Hepler & Strand (1999) é a mais citada na atualidade, apresentando Pharmaceutical Care como um componente da prática farmacêutica’, permitindo a interação do farmacêutico com o paciente, objetivando o atendimento daquelas suas necessidades relacionadas com os medicamentos.
A Atenção Farmacêutica é um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica, na perspectiva da integralidade das ações de saúde. De acordo com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis voltados para a melhoria da qualidade de vida.
A Atenção Farmacêutica surgiu a partir do aprofundamento da prática da Farmácia Clínica, com a inserção de um componente fortemente humanístico. Essa nova filosofia de prática farmacêutica é focada diretamente no usuário e não nos medicamentos propriamente ditos. Em 1993, a Organização Mundial da Saúde (OMS) entendeu que a Atenção Farmacêutica tem papel essencial na atenção sanitária da comunidade, no que tange a garantir uma farmacoterapia efetiva e a promoção da saúde.
Desde então, esta prática tem se desenvolvido em diversos países. Entretanto, devido ao ainda limitado acesso a Atenção Farmacêutica, os níveis de morbimortalidade associados ao uso dos medicamentos não param de crescer em todo o mundo.


terça-feira, 21 de outubro de 2014

V INTERNATIONAL MEETING ON PHARMACEUTICAL CARE


Palestrantes
Dr. Afonso Miguel Cavaco
(Universidade de Lisboa - Portugal)
Dr. Divaldo Lyra Junior 
(Universidade Federal de Sergipe e delegado da OFIL)

TEMA: CIÊNCIA E INOVAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO


Data: 27 de Novembro de 2014
Horário: 8h - 13h
Local: Faculdade de Ciências Farmacêuticas - UNESP, Campus Araraquara - SP
Rodovia Araraquara - Jaú Km 1,
14801-902 - Araraquara, SP

INSCRIÇÕES ENCERRADAS



sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Problemas Posturais


         Tendo em vista que este é um problema que nos acompanha durante o dia-a-dia e não tem a devida atenção, é muito importante entender o porquê de ter uma boa postura tanto para a melhora da qualidade de vida quanto para a prevenção de problemas futuros. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 85% da população sofre com dores na coluna, tanto que a maioria das pessoas conhece alguém que sofre com este problema ou tem algum caso na família. E, na maioria dos casos, as alterações posturais ainda na infância predispõem problemas na vida adulta. Dessa forma, é de suma importância que seja dada uma educação preventiva principalmente nessa fase de crescimento.
         Uma das recomendações mais ouvidas na infância é “olha a postura!”. A advertência é muito mais séria que apenas um cuidado com a boa aparência. A postura correta em uma pessoa em pé, o alinhamento vertical reto do alto da cabeça às solas dos pés permite que os movimentos do corpo adquiram a velocidade adequada, que os movimentos sejam eficientes e que se adquira uma maior estabilidade, que dá a sensação de bem-estar e equilíbrio durante as atividades cotidianas.
         Ter boa postura é também uma atitude preventiva. Se ossos, músculos e articulações não estão alinhados corretamente, as dores pelo corpo e principalmente nas costas aparecem e tiram a disposição de qualquer um.
         A postura correta depende de vários fatores: as curvas das costas devem estar alinhadas e equilibradas, nem muito acentuadas para a frente nem para trás; os músculos do corpo precisam ser firmes, mas sem perder a elasticidade; e as articulações, como os joelhos e os tornozelos, devem funcionar como amortecedores, mantendo o equilíbrio do corpo sem deixar que alguma parte seja sobrecarregada durante os movimentos.
         Alterações posturais provocam desvios na coluna que, por sua vez, podem levar ao uso incorreto de outras articulações, como as dos ombros, braços, mandíbulas, quadris, joelhos e pés. Ter posturas inadequadas por longos períodos pode acarretar enrijecimento das articulações vertebrais e até o encurtamento dos músculo, causando problemas mais graves como Lordose, Cifose, Escoliose e, com o passar do tempo, o desgaste continuo pode causar a degeneração dos discos vertebrais (hérnia) e até a osteofitose (bico de papagaio).




                 Os exercícios físicos, sem dúvida, contribuem muito para evitar lesões e também corrigir problemas já detectados, pois músculos fortes, treinados e com boa flexibilidade protegem a coluna, diminuindo o risco de lesões. Musculação é excelente para fortalecer os músculos que estão relaxados ou flácidos, e o alongamento é importante para relaxar os músculos tensos, além de proporcionar maior flexibilidade, evitando lesões em quedas e movimentos bruscos como, por exemplo, estiramento e distensão muscular. Aproveite as pausas no trabalho para fazer alguns exercícios de alongamento. Eles reduzem as tensões musculares, o estresse e o cansaço, além de ativarem a circulação e melhorarem a atenção. Os exercícios de alongamento devem ser feitos por todas as pessoas, em qualquer idade e não requerem equipamento especial, nem treinamento prévio. Você pode começar fazendo pela manhã, em casa, depois que acordar.
         Também não custa estar atento a algumas atividades do cotidiano que requerem uma certa atenção, tais como: quando estiver lendo, procure sentar com a coluna reta e as pernas bem apoiadas. Ao pegar ou guardar qualquer objeto em prateleiras ou armários em lugares altos, suba em uma cadeira ou banco, mantendo a coluna alinhada. Não eleve os braços acima da cabeça, nem fique na ponta dos pés. Ao calçar ou amarrar o tênis ou o sapato, não incline o tronco à frente. Para amarrar o tênis, flexione as duas pernas ou sente num banco ou cadeira, mantendo a coluna reta. Ao pegar objetos no chão, flexione as duas pernas e traga o objeto próximo a você, mantendo sempre a coluna reta. Ao carregar objetos, mantenha-os próximo ao corpo. Ao carregar bolsas, sacolas, procure dividir o peso em ambos os lados.






         Dessa forma, é possível ter uma boa postura e uma melhor qualidade de vida até os gestos mais simples, como andar, sentar, dirigir o carro e dormir. Gestos que só requerem uma mínima atenção e que além de prevenirem problemas futuros, contribuem para uma coluna mais saudável.


 


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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sabendo mais sobre Aids e HIV

A sigla Aids significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O vírus  da Aids é conhecido como HIV e encontra-se no sangue, no esperma, na secreção vaginal e no leite materno das pessoas infectadas pelo vírus. Objetos contaminados pelas substâncias citadas, também podem transmitir o HIV, caso haja contato direto com o sangue de uma pessoa.
Após o contágio, a doença pode demorar até 10 anos para se manifestar. Por isso, a pessoa pode ter o vírus HIV em seu corpo, mas ainda não ter Aids. Ao desenvolver a Aids, o HIV começa um processo de destruição dos glóbulos brancos do organismo da pessoa doente. Como esses glóbulos brancos fazem parte do sistema imunológico ( de defesa ) dos seres humanos, sem eles, o doente fica desprotegido e várias doenças oportunistas podem aparecer e complicar a saúde da pessoa. A pessoa portadora do vírus HIV, mesmo não tendo desenvolvido a doença, pode transmiti-la. 

Formas de Contágio
A Aids é transmitida de diversas formas. Como o vírus está presente no esperma, secreções vaginais, leite materno e no sangue, todas as formas de contato com estas substâncias podem gerar um contágio. As principais formas detectadas até hoje são: transfusão de sangue, relações sexuais sem preservativo, compartilhamento de seringas ou objetos cortantes que possuam resíduos de sangue. A Aids também pode ser transmitida da mãe para o filho durante a gestação ou amamentação.

Principais Sintomas da Aids
Um portador do vírus da Aids pode ficar até 10 anos sem desenvolver a doença e apresentar seus principais sintomas. Isso acontece, pois o HIV fica "adormecido" e controlado pelo sistema imunológico do indivíduo. Quando o sistema imunológico começa ser atacado pelo vírus de forma mais intensa, começam a surgir os primeiros sintomas. Os principais são: febre alta, diarréia constante, crescimento dos gânglios linfáticos, perda de peso e erupções na pele. Quando a resistência começa a cair ainda mais, várias doenças oportunistas começam a aparecer: pneumonia, alguns tipos de câncer, problemas neurológicos, perda de memória, dificuldades de coordenação motora, sarcoma de Kaposi (tipo de câncer que causa lesões na pele, intestino e estômago). Caso não tratadas de forma rápida e corretas, estas doenças podem levar o soropositivo a morte rapidamente.

Formas de Prevenção
A prevenção é feita evitando-se todas as formas de contágio citadas acima. Com relação a transmissão via contato sexual, a maneira mais indicada é a utilização correta de preservativos durante as relações sexuais. Atualmente, existem dois tipos de preservativos, também conhecidos como camisinhas: a masculina e a feminina. Outra maneira é a utilização de agulhas e seringas descartáveis em todos os procedimentos médicos. Instrumentos cortantes, que entram em contato com o sangue, devem ser esterilizados de forma correta antes do seu uso. Nas transfusões de sangue, deve haver um rigoroso sistema de testes para detectar a presença do HIV, para que este não passe de uma pessoa contaminada para uma saudável.

Tratamento
Infelizmente a medicina ainda não encontrou a cura para a  Aids. O que temos hoje são medicamentos que fazem o controle do vírus na pessoa com a doença. Estes medicamentos melhoram a qualidade de vida do paciente, aumentando a sobrevida. O medicamento mais utilizado atualmente é o AZT ( zidovudina ) que é um bloqueador de transcriptase reversa. A principal função do AZT é impedir a reprodução do vírus da Aids ainda em sua fase inicial. Outros medicamentos usados no tratamento da Aids são : DDI ( didanosina ), DDC ( zalcitabina ), 3TC ( lamividina ) e D4T ( estavudina ). Embora eficientes no controle do vírus, estes medicamentos provocam efeitos colaterais significativos nos rins, fígado e sistema imunológico dos pacientes.
Cientistas do mundo todo estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra a Aids. Porém, existe uma grande dificuldade, pois o HIV possui uma capacidade de mutação muito grande, dificultando o trabalho dos cientistas no desenvolvimento de vacinas.
Você sabia?

- Dia 1 de dezembro comemora-se o Dia Mundial de Luta contra a Aids.


Renato Petitto - Coordenadoria do Científico

terça-feira, 20 de maio de 2014

Páscoa Solidária

Nos dias 13 e 16 de Abril, a AFEP realizou um evento de páscoa, o qual chamamos de Páscoa Solidária. Nestas datas visitamos os orfanatos Casa Betânia, Cristo Rei e Lar Renascer, localizados na cidade de Araraquara. Além de presentearmos as crianças com ovos de páscoa, brincamos com elas proporcionando momentos de muita alegria!

Confira algumas fotos:






Parabéns à todos os voluntários que participaram dessa belíssima ação de solidariedade!!!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

IV Feira de Saúde

A quarta edição da Feira de Saúde da AFEP aconteceu na manhã do sábado, dia 12 de abril de 2014. Cerca de 15 voluntários participaram desse evento, o qual foi realizado na escola Henrique Scabello localizado no Jd. das Hortências.

Havia serviços de aferição da pressão arterial, de glicemia capilar (diabetes) e orientações sobre o uso correto de medicamentos. Para as crianças, havia um espaço de diversão.



Glicemia capilar: 




Pressão arterial:



Uso correto de medicamentos:




Crianças:



Cerca de 60 adultos compareceram ao evento. Parabéns à todos os voluntários e à comissão organizadora!




sexta-feira, 9 de maio de 2014

Câncer de Próstata

Próstata é um órgão reprodutor masculino, responsável pela produção de um líquido espesso que nutre e armazena os espermatozóides e é liberado no ato sexual, denominado líquido prostático. Esse órgão se localiza a frente do reto e logo abaixo da bexiga, de forma que ela envolve a porção inicial da uretra, que é o tubo pelo qual a urina passa logo que sai da bexiga.
 É o segundo tumor mais frequente entre os homens, perdendo apenas para o câncer de pele. Os fatores de risco incluem a idade avançada (grande ocorrência em homens acima de 50 anos), o  sedentarismo, uma dieta rica em gorduras e pobre em verduras e legumes, fatores hormonais e ambientais, assim como a pré-disposição genética.

Sintomas

A grande maioria dos cânceres de próstata crescem de forma lenta e silenciosa, sem provocar muitos sintomas (levam cerca de 15 anos para crescerem cerca de 1cm³). Um dos poucos sintomas que podem ser percebidos é a dificuldade de urinar e a sensação de que a bexiga não foi totalmente esvaziada, acompanhado de sangue na urina.
Em casos considerados extremamente graves, quando o câncer cresce de forma rápida e se espalha para outros órgãos, pode haver dores ósseas nas na região das costas.

Diagnóstico

O câncer de próstata pode ser diagnosticado através exame físico, que é o exame de toque retal, e através de exames laboratoriais, que incluem a determinação dos níveis de PSA (antígeno específico prostático). Caso seja detectado níveis elevados de PSA (maiores que 2,5 ng/mL) faz-se uma biópsia para detectar se há tumor e se ele é maligno. Se sim, outros exames serão realizados para determinar o tamanho do tumor e, principalmente, se há metástases.

Tratamento

O tratamento depende do tamanho e da classificação do tumor e pode incluir processos como a prostatectomia radical (remoção cirúrgica), farmacoterapia, radioterapia e hormonoterapia.
As recomendações são o monitoramento de dois em dois anos, para os homens acima de 65 anos sem histórico da doença na família. Já para aqueles com pré-disposição genética, aconselha-se o acompanhamento desde os 45 anos de idade, anualmente.

Barbara Miglioli - Coordenadoria do Científico


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Câncer de Mama

O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve na mama como consequência de alterações genéticas em algum conjunto de células da mama, que passam a se dividir descontroladamente.
Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano.
Dados da Sociedade Brasileira de Mastologia indicam que cerca de uma a cada 12 mulheres terão um tumor nas mamas até os 90 anos de idade.
Entre os fatores de risco relacionados à doença temos idade avançada, exposição prolongada a hormônios femininos, excesso de peso, histórico familiar e ainda mutação genética. Estão também mais propensas a desenvolver esse tipo de câncer, mulheres com gestações tardias, após 35 anos, que não amamentaram.
Comumente, o primeiro sintoma da doença é a presença de um ou mais nódulos e endurecimento da mama, sendo considerados também sintomas como retração da pele ou do mamilo, vermelhidão, edema e secreções papilares espontâneas.
A mamografia (raio-X) é o método mais indicado para se detectar nódulos nas mamas. Além de exames de ultrasonografia, ressonância magnética e punções percutâneas que ajudam a estabelecer a certeza.
Infelizmente, o câncer de mama não tem como ser prevenido, o que se pode fazer é o diagnóstico precoce da doença aumentando as chances de cura. Apesar do auto-exame não substituir a mamografia, ele pode servir como alerta para que o paciente procure um atendimento médico, sendo este, feito em 3 passos e mensalmente após cada menstruação:


1° Passo: Observação em frente ao espelho – Deve-se notar se há alguma alteração na superfície das mamas como rugosidade, saliência e cor anormal. Os braços devem estar em 3 posições, abaixados, levantados e apoiados na bacia.


2°Passo: Palpação em pé – diante de um espelho, levanta-se o braço esquerdo colocando a mão atrás da cabeça. Com a mão direita, deslizam-se os dedos cuidadosamente na mama esquerda através de movimentos circulares. Repetem-se os movimentos utilizando a mão esquerda para examinar a mama direita. Além disso, é necessário que o mamilo seja levemente pressionado para notar se há saída de algum líquido.


3°Passo: Palpação deitado – Deitado, o paciente deve colocar o braço esquerdo na nuca e com a mão direita deslizar os dedos na mama esquerda, da mesma forma já mencionada na palpação em pé. Repita esse passo na mama direita.


As formas de tratamento são diversas e dependem do tipo e estadiamento do câncer. Entre as terapias mais utilizadas tempos: Radioterapia (radiação), quimioterapia (uso de remédios que matam as células malignas), hormonoterapia (remédios que bloqueiam a ação dos hormônios femininos) e cirurgia.
Por fim, é importante ressaltar que a mamografia deve ser feita de 2 a 3 vezes ao ano na faixa entre 20 e 40 anos e acima dessa idade, o exame deve ser feito anualmente.Não esquecendo que o auto-exame deve ser feito mensalmente após os 20 anos.

Jéssica de Sá - Coordenadoria do Científico





sexta-feira, 25 de abril de 2014

Doenças Perinatais

As doenças perinatais ou neonatais são infecções adquiridas por transmissão vertical, ou seja, a transmissão da mãe para o filho pode ocorrer no útero, no momento do parto ou durante o aleitamento materno podendo em alguns casos levar a sequelas futuras comprometendo a saúde e o crescimento dessa criança. A grande consequência desse tipo de patologia e que na maioria dos casos a mãe por falta de conhecimento e orientação desconhece o risco que seu filho tem de adquirir certas doenças provenientes dela mesmo.  Estima-se que 10% dos nascidos vivos possam desenvolver infecções perinatais, sendo os casos mais comum as infecções pelo HIV, CMV (vírus da herpes) e pelo Treponema pallidum. Essas infecções adquiridas podem ocorrer por via intra-uterina, durante o parto ou pós-parto.


Infecções intra-uterina

Essa é a via com maior incidência de infecção do feto, que adquiri a patologia após a infecção materna, geralmente a transmissão do agente microbiano para a criança ocorre por passagem da placenta.  As infecções adquiridas pelo feto são denominadas infecções congênitas.
O período em que acontece a infecção irá determinar os sintomas que o feto pode desenvolver e a evolução da doença.  Apesar de ser menos frequente a infecção fetal na primeira metade da gestação, maior será a probabilidade de a infecção sintomática fetal ou de ocorrer morte do embrião, aborto, anomalias do desenvolvimento e prematuridade.  Já a infecção fetal na segunda metade de gestação maior é a probabilidade de a infecção ser assintomática no período neonatal.

Infecções adquiridas durante o parto e no período pós-natal

As infecções adquiridas no período parto e após três semanas pós-nascimento são denominadas infecções perinatais. Geralmente, a transmissão pode se dar durante o trabalho de parto, por transfusão materno-fetal. Essa via é a principal responsável por infecções do HIV quando a mãe é portadora do vírus.                                                                                       
As infecções pós-parto ocorrem principalmente no aleitamento materno, pois vírus e bactérias podem estar presentes no leite e em lesões mamária.
Diversos patógenos podem ser transmitidos da mãe para o feto, mas atualmente as transmissões mais frequentes são: sífilis, vírus da hepatite B, HIV, toxoplasmose e citomegalovirose.

Sífilis

Doença causada pelo Treponema pallidum, a transmissão acontece majoritariamente por via vertical, em que o micro-organismo se dissemina pela placenta infectando o feto, pode ocorrer também no momento do parto se a criança tiver contato com lesão genital materna, mas casos como esse são considerados raros. E sabe-se que o aleitamento materno não transmite a bactéria para o bebê.

HIV


Principal infecção que a mãe transmite ao filho durante a gestação, sendo que pode ocorrer por três vias: intra-útero, intraparto e pós-parto, mas 70-90% dos casos ocorre transmissão durante o parto. Nesses casos quando a mãe informa que é portadora da doença, assim que a criança nasce inicia-se tratamento com os medicamentos antirretrovirais para abaixar a carga viral e impedir o desenvolvimento da doença.


VÌrus da Hepatite B (VHB)

A transmissão do vírus da mãe para o filho acontece principalmente no período gestacional, com exposição ao sangue materno, devido a presença do vírus nesse meio.
As doenças descritas acima representam uma ínfima parte das milhares de possibilidades de infecção que podem acontecer, mas são extremamente danosas para o recém nascidos..                                                                                                  
Vale a pensa ressaltar que o Ministério da Saúde investe massivamente em políticas de saúde para garantir a gestantes acesso de qualidade a serviços de saúde e  em 2000, o Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN). Ele incentiva as gestantes a buscarem o Sistema Único de Saúde (SUS) e estabelece que sejam realizadas, no mínimo, seis consultas: uma no primeiro trimestre de gravidez, duas no segundo e três no terceiro.  O pré-natal, acompanhamento médico que diminui os riscos de complicações e mantém o bem-estar da mãe e do feto.  Com as consultas e exames, é possível identificar problemas como hipertensão, anemia, infecção urinária e doenças como a Aids e a sífilis, que podem prejudicar a gravidez e a formação do bebê. Com relação aos exames, o indicado para uma gravidez sem complicações são os testes de sangue, glicemia, urina, sorologia anti-HIV (que identifica presença do vírus da Aids), sífilis, hepatites B e C,  toxoplasmose, rubéola e estreptococo. Durante o pré-natal, o médico também pode indicar a necessidade de a grávida tomar vacinas contra hepatite, gripe e dT (dupla adulto contra difteria e tétano).
                                                                                              

terça-feira, 22 de abril de 2014

Septicemia

A septicemia é uma doença extremamente grave correspondente à invasão maciça ou persistente de bactérias no sangue. É preciso diferenciar esta situação da que ocorre em várias doenças bacterianas, quando os micro-organismos passam para a circulação sanguínea em reduzida quantidade ou de forma esporádica propagando-se através do organismo e estabelecendo-se em vários tecidos. Neste caso, fala-se de bacteriemia e apenas constitui mais um passo na evolução patológica da doença em questão. Por outro lado, em caso de septicemia, a invasão microbiana do sangue é tão significativa que provoca manifestações e complicações muito sérias.
O ponto de origem da septicemia pode ser muito variado. Os micro-organismos podem chegar ao sangue provenientes do exterior, como através de feridas, de injeções contaminadas ou devido a vários procedimentos terapêuticos efetuados em deficientes condições de assepsia. Todavia, normalmente, passam para o sangue a partir de um foco infeccioso prévio, nomeadamente um abcesso ou uma infecção no aparelho respiratório, nas vias urinárias, no intestino, entre outros. Pode surgir como complicação de um processo infeccioso em qualquer pessoa, embora seja, normalmente, mais frequente nas pessoas que apresentam um estado de imunodeficiência, com uma evidente diminuição das defesas orgânicas.
Os sintomas da septicemia dependem da gravidade da infecção. Muitas vezes as manifestações da enfermidade podem demorar horas ou dias, ou às vezes pode deixar o paciente inconsciente rapidamente. Origina vários sinais e sintomas gerais, tais como febre elevada acompanhada por arrepios e sudação profusa, sensação de debilidade e prostração. Contudo, também pode originar inúmeras manifestações correspondentes ao estabelecimento dos micro-organismos que proliferam no sangue em vários pontos do organismo, num processo denominado metástases sépticas, nas válvulas cardíacas, fígado, pulmões, pele, sistema nervoso, entre outros. Caso não se proceda imediatamente ao tratamento oportuno, baseado na identificação do micro-organismo causador e na administração de antibióticos capazes de o combater, o quadro pode conduzir a um choque séptico, que se traduz em colapso circulatório e insuficiência nos órgãos vitais, podendo provocar a morte do paciente.

Como o médico diagnostica a septicemia?
A identificação do agente causador é fundamental para o diagnóstico e cura. Quanto mais tarde se iniciar o antibiótico menor as hipóteses de recuperação.
Radiografias e tomografias computadorizadas podem ajudar no diagnóstico, que deve ser complementado pela punção lombar e pela análise de sangue e urina, quando necessários. As culturas feitas nesses materiais orgânicos permitem identificar o micro-organismo causador e qual o antibiótico mais adequado para cada caso. Devem ser feitos frequentes exames de sangue para acompanhar a evolução e as possíveis complicações da doença.

Tratamento
Devido à gravidade da doença, estes doentes são tratados na unidade de cuidados intensivos porque necessitam de uma monitorização constante quanto à perfusão sanguínea, função respiratória, renal e cardíaca.
O fundamental ao tratamento são os antibióticos para se combater a infecção. São administrados soros para não deixarem baixar os valores da tensão arterial. Em certas situações, o soro não é suficiente para manter a tensão arterial estável pelo que é necessário recorrer ao uso de medicamentos. Geralmente, estes doentes não se alimentam pela boca, pelo que lhes é colocado uma sonda nasogástrica, um tubo colocado no nariz até ao estômago, para se alimentarem, a chamada alimentação entérica. Também é administrada alimentação pelas veias, a alimentação parentérica.
Se o doente não conseguir respirar sozinho, pode ser necessário usar uma máquina para ajuda-lo a respirar ou respirar por ele. Os rins também podem parar temporariamente. Nestes casos o doente faz hemodiálise para limpar o sangue das impurezas. Além disso, alguns doentes precisam de um controlo da glicemia (açúcar no sangue).
Estes doentes necessitam de medidas preventivas para a trombose venosa profunda, como meias kendall, e aparecimento de úlceras de pressão.

Como evoluem as septicemias?
Antigamente a maior parte das pessoas com septicemia morria. Mais recentemente, com a descoberta de novos antibióticos e a melhoria dos cuidados hospitalares, esse número reduziu-se muito. Contudo, a septicemia continua sendo uma condição grave, com uma elevada taxa de morte, sobretudo em pacientes imunodeprimidos e idosos.


Ana Carolina Loiola - Coordenadoria do científico - Gestão 2013/2014

domingo, 6 de abril de 2014

Cirrose hepática

A cirrose é caracterizada pela transformação do tecido de um órgão formado pelas suas células normais por tecido fibroso. Nesse caso a patologia se encontra no fígado e a troca pelo tecido fibroso acarreta no comprometimento de suas funções ou até mesmo a perda delas, atingindo em sua maioria, homens devido aos seus hábitos.


O Fígado é um importante órgão, a maior glândula do nosso corpo e exerce várias funções, como a secreção da bile, armazenamento de glicose, metabolização de drogas e hormônios, síntese de colesterol e muitas outras. Logo, é muito importante que fiquemos atentos aos cuidados para sua preservação e o seu bom funcionamento.


Causas
O uso abusivo de álcool é o líder causador da doença, o uso crônico e em grandes quantidades é muito tóxico para o fígado e o número de internações nesse caso só aumentam. As hepatites B, C e auto-imunes, uso de certos medicamentos também são grandes causadores. A predisposição genética e idade (acima de 45 anos) são fatores importantes a serem levados em conta.

Sintomas
A fase inicial da doença é assintomática e por isso dificulta sua detecção nos primeiros estágios. Com o agravamento da lesão hepática, há o surgimento de alguns sinais, como: náuseas, vômitos, perda de peso, dor abdominal, constipação, fadiga, fígado aumentado, estrias (aranhas vasculares na pele), olhos e pele amarelados (icterícia), urina escura, perda de cabelo, inchaço (principalmente nas pernas) e presença de líquido na cavidade abdominal.
Quando a doença não é tratada, há um quadro de falência hepática progressiva que pode gerar consequências para outros órgãos e levar a morte. Segundo a OMS, a taxa mortalidade para a cirrose hepática no Brasil é de 14,5%.


Diagnóstico
O diagnóstico é, normalmente, realizado com a doença em um estágio mais avançado, quando os sintomas aparecem, através do exames clínico, bioquímico, de imagem (ultra-som) e caso necessite de uma confirmação, de biópsia. A cirrose é um fator de risco para o câncer no fígado, e na biópsia é possível observar o surgimento de neoplasias.

Tratamento
Atualmente a única forma de cura é o transplante de fígado. O tratamento consiste em medidas para conter o agravamento da doença, uma vez que as lesões evoluem e são irreversíveis. O primeiro passo após o diagnóstico é combater, quando possível, o agente causador, sendo eliminando o vírus ou o consumo de bebidas alcoólicas e de drogas. As lesões causadas no órgão iram limitar a dieta do paciente e sua adequação é importantíssima. O acompanhamento constante da doença é necessário para identificar possíveis agravos.
Devido à grande dificuldade do tratamento, é aconselhável, como em toda doença, a PREVENÇÃO. Seja ela evitando o uso abusivo de álcool, a contaminação do vírus das hepatites (uso de preservativo, não compartilhamento de seringas e vacinação para hepatite B) e tratamento e acompanhamento correto dessas, uma vez contraído.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Insuficiência Cardíaca

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a insuficiência cardíaca um problema de saúde pública. Segundo um estudo do Sistema Único de Saúde (SUS), essa foi a principal causa de internações no Brasil em 2009, com 300 mil pacientes. Nos Estados Unidos, são mais de 600 mil novos casos anualmente. Segundo o American College of Cardiology, os gastos com a doença chegam a U$ 40 bilhões por ano.

O que é?
A insuficiência cardíaca é o comprometimento da capacidade do coração de suprir as necessidades do organismo. O bombeamento de sangue para os outros órgãos é prejudicado, e uma série de sintomas, como o cansaço frequente, começa a aparecer.
Mais comum em idosos – 80% das internações são de pessoas com mais de 65 anos, a doença acomete todas as idades. A prevalência é maior em pacientes com faixa etária elevada porque na maioria das vezes a insuficiência está relacionada a outras disfunções cardíacas, como hipertensão e infarto e doenças metabólicas, autoimunes e infecciosas, comuns na terceira idade. Existem também causas genéticas, com membros de uma mesma família com insuficiência, mas é menos comum.
A insuficiência cardíaca é uma doença crônica de longo prazo, embora possa, às vezes, se desenvolver repentinamente. Como causas comuns, são observadas:
- Doenças que podem alterar a contractilidade do coração. A causa mais freqüente é a doença ateroesclerótica do coração.
- Doenças que exigem um esforço maior do músculo cardíaco. É o que ocorre na hipertensão arterial ou na estenose (estreitamento) da válvula aórtica que, com o tempo, podem levar à Insuficiência Cardíaca Congestiva do ventrículo esquerdo. Doenças pulmonares, como o enfisema, podem aumentar a resistência para a parte direita do coração e eventualmente levar à Insuficiência Cardíaca Congestiva do ventrículo direito.
- Doenças que podem fazer com que uma quantidade maior de sangue retorne ao coração, como o hipertireoidismo, a anemia severa e as doenças congênitas do coração. A insuficiência de válvulas (quando não fecham bem) pode fazer com que uma quantidade de sangue maior reflua para dentro das cavidades e o coração poderá descompensar por ser incapaz de bombear o excesso de oferta.
- Ataque cardíaco anterior (enfarte do miocárdio)
- Doença cardíaca congênita (problema com o qual você nasce)
- Diabetes
O diagnóstico desta doença pode ser realizado através de avaliação clínica, exames laboratoriais e métodos gráficos. Exames como o ecocardiograma com Doppler, ecocardiograma bidimensional, cintilografia e ressonância magnética permitem um maior grau de precisão na detecção do estágio da doença.
Os sintomas da insuficiência cardíaca normalmente começam devagar. No início, podem aparecer apenas quando se está mais ativo. Com o passar do tempo, problemas respiratórios e outros sintomas podem começar a ser percebidos mesmo ao descansar. Os mais comuns são: Falta de ar na atividade física ou logo após estar deitado por um tempo, tosse, inchaço dos pés e tornozelos, ganho de peso, pulso irregular ou rápido, sensação de sentir o batimento cardíaco (palpitações), dificuldade para dormir, fadiga, fraqueza, desmaios, perda de apetite, indigestão.
No tratamento da doença, são utilizados medicamentos de diversas classes:
- Inibidores de ECA, como o captopril, lisinopril e ramipril, para dilatar os vasos sanguíneos e reduzir a carga de trabalho do coração.
- Diuréticos, incluindo a hidroclorotiazida, clortalidona, clorotiazida, furosemida, torsemida, bumetanida e espironolactona, para ajudar a livrar o corpo do líquido e do sal (sódio).
- Glicosídeos digitálicos para ajudar o músculo cardíaco a se contrair de forma adequada e ajudar a tratar alguns distúrbios de arritmia.
- Bloqueadores do receptor da angiotensina (BRA), tais como losartan e candesartan, para aqueles que têm efeitos colaterais com inibidores de ECA.
- Betabloqueadores, como carvedilol e metoprolol, que podem ser úteis para alguns pacientes.
Além do tratamento farmacológico, recomenda-se também limitar o consumo de sal, não fumar, praticar exercícios físicos, se estiver acima do peso, procurar emagrecer, descansar o suficiente, manter os pés elevados para reduzir o inchaço.

Em alguns casos mais sérios, recorre-se à cirurgia da válvula cardíaca, cirurgia de ponte de safena e angioplastia e até mesmo a colocação de um marca-passo. Poderá haver necessidade de transplante cardíaco como última solução.

Porém, apesar das alternativas de tratamento, a melhor saída ainda é realizar a prevenção da doença por meio da manutenção de hábitos saudáveis – como controle de peso, baixa ingestão de sal e gorduras – prática regular de atividades físicas, controle da pressão arterial e do colesterol. Outras atitudes fundamentais para a saúde e prevenção de doenças são conhecer o histórico familiar e manter uma rotina regular de avaliação médica.