quarta-feira, 20 de junho de 2012

Aborto na adolescência e suas implicações sociais


Diante da recente notícia sobre a legalização do aborto de fetos anencéfalos, aumentam as discussões e as dúvidas a respeito do aborto, não só nesse caso, como em muitos outros. E foi pensando nisso que realizamos dentro da AFEP, no dia 24 de abril, o seminário “Aborto na Adolescência”, a fim de estimular o pensamento crítico dos participantes e a reflexão a respeito do impacto da legalização ou não desta prática em nossa sociedade.

O aborto é responsável por um terço das mortes entre adolescentes de 15 a 19 anos. Isso se deve ao fato de grande parte delas realizar este procedimento em clínicas clandestinas e em condições higiênicas precárias, sozinhas ou por indivíduos não qualificados, além do uso de medicamentos que induzem o abortamento.

Um estudo epidemiológico realizado em um hospital na cidade de Bauru, SP, demonstrou dados alarmantes a respeito do aborto entre as adolescentes, como o fato de que elas, diferentemente das mulheres adultas, após um aborto, tendem a permanecer mais dias internadas, o que acarreta, além dos prejuízos biopsicossociais, custo elevado para o Sistema de Saúde.

E principalmente, verificou-se que meninas entre 10 e 14 anos tiveram altos índices de aborto. Este fato demonstra a importância de se adequar as campanhas de educação sexual atuais a esta nova realidade. Assim como os pais das crianças também devem, visto que hoje, ainda existe o preconceito de muitos deles quanto à abordagem do assunto precocemente nas escolas. No entanto, atualmente as mesmas crianças estão inseridas em uma sociedade cada vez mais explicita em relação ao sexo na mídia, desde as músicas, programas de televisão até o próprio ambiente familiar.

Considerando estes fatos, e outros números, como o de 3 milhões de abortos em condições inadequadas que foram praticados em adolescentes de países em desenvolvimento (no ano de 2008), torna-se necessário pensar que impacto teria a legalização de abortos no Brasil.

Assim como a legalização poderia diminuir o número de mortes e complicações pelo aborto, deve-se considerar o aspecto cultural e educacional da sociedade brasileira e o impacto deste grande passo na mesma.

A diminuição de riscos seria efetiva ou significaria uma banalização?

Quanto à Igreja Católica, que é contra o aborto e se mostrou ainda contra, mesmo no caso de fetos anencéfalos, preconiza o direito de todo ser humano à própria vida. E dentro deste contexto cabe aqui se perguntar até que ponto é válido permitir a vida e quais as condições que são consideradas DIREITO de um ser humano. E onde se encontraria nessa definição o desrespeito à uma criança abandonada, marginalizada e desestruturada física, emocional e socialmente.

O aborto é ponto em comum e oposto entre os âmbitos político, social, cultural, educacional, religioso e da saúde. E embora os diferentes argumentos e vertentes sejam descritos, sempre haverá quem concorda e quem discorda, total ou parcialmente desta prática.

E você, o que pensa disso?


Maysa Yoshino Rosinha
Coordenadoria Geral
Gestão 2012/2013


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6 comentários:

  1. muito bom esse site <3

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  2. Eu não sou contra, se a pessoa quiser abortar tanto faz, afinal é a vida dela e ela faz o que quiser. Isso é normal da natureza humana...fazer o que é bom pra você mesmo e foda-se o resto.

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