segunda-feira, 10 de março de 2014

Insuficiência Cardíaca

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a insuficiência cardíaca um problema de saúde pública. Segundo um estudo do Sistema Único de Saúde (SUS), essa foi a principal causa de internações no Brasil em 2009, com 300 mil pacientes. Nos Estados Unidos, são mais de 600 mil novos casos anualmente. Segundo o American College of Cardiology, os gastos com a doença chegam a U$ 40 bilhões por ano.

O que é?
A insuficiência cardíaca é o comprometimento da capacidade do coração de suprir as necessidades do organismo. O bombeamento de sangue para os outros órgãos é prejudicado, e uma série de sintomas, como o cansaço frequente, começa a aparecer.
Mais comum em idosos – 80% das internações são de pessoas com mais de 65 anos, a doença acomete todas as idades. A prevalência é maior em pacientes com faixa etária elevada porque na maioria das vezes a insuficiência está relacionada a outras disfunções cardíacas, como hipertensão e infarto e doenças metabólicas, autoimunes e infecciosas, comuns na terceira idade. Existem também causas genéticas, com membros de uma mesma família com insuficiência, mas é menos comum.
A insuficiência cardíaca é uma doença crônica de longo prazo, embora possa, às vezes, se desenvolver repentinamente. Como causas comuns, são observadas:
- Doenças que podem alterar a contractilidade do coração. A causa mais freqüente é a doença ateroesclerótica do coração.
- Doenças que exigem um esforço maior do músculo cardíaco. É o que ocorre na hipertensão arterial ou na estenose (estreitamento) da válvula aórtica que, com o tempo, podem levar à Insuficiência Cardíaca Congestiva do ventrículo esquerdo. Doenças pulmonares, como o enfisema, podem aumentar a resistência para a parte direita do coração e eventualmente levar à Insuficiência Cardíaca Congestiva do ventrículo direito.
- Doenças que podem fazer com que uma quantidade maior de sangue retorne ao coração, como o hipertireoidismo, a anemia severa e as doenças congênitas do coração. A insuficiência de válvulas (quando não fecham bem) pode fazer com que uma quantidade de sangue maior reflua para dentro das cavidades e o coração poderá descompensar por ser incapaz de bombear o excesso de oferta.
- Ataque cardíaco anterior (enfarte do miocárdio)
- Doença cardíaca congênita (problema com o qual você nasce)
- Diabetes
O diagnóstico desta doença pode ser realizado através de avaliação clínica, exames laboratoriais e métodos gráficos. Exames como o ecocardiograma com Doppler, ecocardiograma bidimensional, cintilografia e ressonância magnética permitem um maior grau de precisão na detecção do estágio da doença.
Os sintomas da insuficiência cardíaca normalmente começam devagar. No início, podem aparecer apenas quando se está mais ativo. Com o passar do tempo, problemas respiratórios e outros sintomas podem começar a ser percebidos mesmo ao descansar. Os mais comuns são: Falta de ar na atividade física ou logo após estar deitado por um tempo, tosse, inchaço dos pés e tornozelos, ganho de peso, pulso irregular ou rápido, sensação de sentir o batimento cardíaco (palpitações), dificuldade para dormir, fadiga, fraqueza, desmaios, perda de apetite, indigestão.
No tratamento da doença, são utilizados medicamentos de diversas classes:
- Inibidores de ECA, como o captopril, lisinopril e ramipril, para dilatar os vasos sanguíneos e reduzir a carga de trabalho do coração.
- Diuréticos, incluindo a hidroclorotiazida, clortalidona, clorotiazida, furosemida, torsemida, bumetanida e espironolactona, para ajudar a livrar o corpo do líquido e do sal (sódio).
- Glicosídeos digitálicos para ajudar o músculo cardíaco a se contrair de forma adequada e ajudar a tratar alguns distúrbios de arritmia.
- Bloqueadores do receptor da angiotensina (BRA), tais como losartan e candesartan, para aqueles que têm efeitos colaterais com inibidores de ECA.
- Betabloqueadores, como carvedilol e metoprolol, que podem ser úteis para alguns pacientes.
Além do tratamento farmacológico, recomenda-se também limitar o consumo de sal, não fumar, praticar exercícios físicos, se estiver acima do peso, procurar emagrecer, descansar o suficiente, manter os pés elevados para reduzir o inchaço.

Em alguns casos mais sérios, recorre-se à cirurgia da válvula cardíaca, cirurgia de ponte de safena e angioplastia e até mesmo a colocação de um marca-passo. Poderá haver necessidade de transplante cardíaco como última solução.

Porém, apesar das alternativas de tratamento, a melhor saída ainda é realizar a prevenção da doença por meio da manutenção de hábitos saudáveis – como controle de peso, baixa ingestão de sal e gorduras – prática regular de atividades físicas, controle da pressão arterial e do colesterol. Outras atitudes fundamentais para a saúde e prevenção de doenças são conhecer o histórico familiar e manter uma rotina regular de avaliação médica.