A septicemia é uma doença extremamente
grave correspondente à invasão maciça ou persistente de bactérias no sangue. É
preciso diferenciar esta situação da que ocorre em várias doenças bacterianas,
quando os micro-organismos passam para a circulação sanguínea em reduzida
quantidade ou de forma esporádica propagando-se através do organismo e
estabelecendo-se em vários tecidos. Neste caso, fala-se de bacteriemia e apenas
constitui mais um passo na evolução patológica da doença em questão. Por outro
lado, em caso de septicemia, a invasão microbiana do sangue é tão significativa
que provoca manifestações e complicações muito sérias.
O ponto de origem da septicemia pode
ser muito variado. Os micro-organismos podem chegar ao sangue provenientes do
exterior, como através de feridas, de injeções contaminadas ou devido a vários
procedimentos terapêuticos efetuados em deficientes condições de assepsia.
Todavia, normalmente, passam para o sangue a partir de um foco infeccioso prévio,
nomeadamente um abcesso ou uma infecção no aparelho respiratório, nas vias
urinárias, no intestino, entre outros. Pode surgir como complicação de um
processo infeccioso em qualquer pessoa, embora seja, normalmente, mais
frequente nas pessoas que apresentam um estado de imunodeficiência, com uma
evidente diminuição das defesas orgânicas.
Os sintomas da septicemia dependem da gravidade da infecção.
Muitas vezes as manifestações da enfermidade podem demorar horas ou dias, ou às
vezes pode deixar o paciente inconsciente rapidamente. Origina vários sinais e sintomas
gerais, tais como febre elevada acompanhada por arrepios e sudação profusa,
sensação de debilidade e prostração. Contudo, também pode originar inúmeras
manifestações correspondentes ao estabelecimento dos micro-organismos que
proliferam no sangue em vários pontos do organismo, num processo denominado
metástases sépticas, nas válvulas cardíacas, fígado, pulmões, pele, sistema
nervoso, entre outros. Caso não se proceda imediatamente ao tratamento oportuno,
baseado na identificação do micro-organismo causador e na administração de
antibióticos capazes de o combater, o quadro pode conduzir a um choque séptico,
que se traduz em colapso circulatório e insuficiência nos órgãos vitais,
podendo provocar a morte do paciente.
Como o médico diagnostica a septicemia?
A
identificação do agente causador é fundamental para o diagnóstico e cura.
Quanto mais tarde se iniciar o antibiótico menor as hipóteses de recuperação.
Radiografias e tomografias computadorizadas podem ajudar no diagnóstico,
que deve ser complementado pela punção lombar e pela análise de sangue e urina,
quando necessários. As culturas feitas nesses materiais orgânicos permitem
identificar o micro-organismo causador e qual o antibiótico mais adequado para
cada caso. Devem ser feitos frequentes exames de sangue para
acompanhar a evolução e as possíveis complicações da doença.
Tratamento
Devido
à gravidade da doença, estes doentes são tratados na unidade de cuidados
intensivos porque necessitam de uma monitorização constante quanto à perfusão
sanguínea, função respiratória, renal e cardíaca.
O
fundamental ao tratamento são os antibióticos para se combater a infecção. São
administrados soros para não deixarem baixar os valores da tensão arterial. Em
certas situações, o soro não é suficiente para manter a tensão arterial estável
pelo que é necessário recorrer ao uso de medicamentos. Geralmente, estes
doentes não se alimentam pela boca, pelo que lhes é colocado uma sonda
nasogástrica, um tubo colocado no nariz até ao estômago, para se alimentarem, a
chamada alimentação entérica. Também é administrada alimentação pelas veias, a
alimentação parentérica.
Se o
doente não conseguir respirar sozinho, pode ser necessário usar uma máquina
para ajuda-lo a respirar ou respirar por ele. Os rins também podem parar
temporariamente. Nestes casos o doente faz hemodiálise para limpar o sangue das
impurezas. Além disso, alguns doentes precisam de um controlo da glicemia
(açúcar no sangue).
Estes
doentes necessitam de medidas preventivas para a trombose venosa profunda, como
meias kendall, e aparecimento de úlceras de pressão.
Como evoluem as septicemias?
Antigamente a maior parte das pessoas com septicemia morria.
Mais recentemente, com a descoberta de novos antibióticos e a melhoria dos
cuidados hospitalares, esse número reduziu-se muito. Contudo, a septicemia continua
sendo uma condição grave, com uma elevada taxa de morte, sobretudo em pacientes
imunodeprimidos e idosos.
excelente !
ResponderExcluir