A maioria dos problemas que surgem em
nosso dia-a-dia, são provenientes da incapacidade de comunicação, ou seja, de
saber ouvir, falar e conseguir dialogar com o próximo.
Uma boa comunicação significa
partilhar com alguém um conteúdo de informações, idéias, desejos e pensamentos,
através de códigos comuns. Falar, ouvir e prestar atenção, tratam-se de
pré-requisitos simples, porém fundamentais.
No caso da comunicação com uma pessoa
idosa, o familiar, cuidador ou profissional de saúde deve atentar-se bem para
que evitar falhas na comunicação, e acabar até mesmo culpando o idoso por isso.
Há diversas doenças comuns à idosos
que podem dificultar o entendimento do que o idosos está comunicando, é o caso
do alzheimer, acidente vascular cerebral (AVC), que levam à trocas de palavras,
frases sem nexo ou cortadas pelo meio.
Outros fatores comuns à dificuldade de
comunicação são a fala baixa, rouquidão, além do cansaço para falar,
provenientes de doenças pulmonares ou cardíacas. Problemas
odontológicos, como o uso de próteses dentárias mal-posicionadas, a falta de
próteses e o pouco cuidado com a saúde bucal estão entre os maiores inimigos da
boa dicção.
Disacusia é o termo que define a dificuldade de ouvir e de entender o que possivelmente se ouve. Trata-se de uma das patologias mais comuns entre os idosos, principalmente após a 8ª década de vida, e também a mais negada: "Não precisa gritar, estou ouvindo perfeitamente!"
Devemos nos atentar aos problemas de audição nos idosos, principalmente quando
nota-se seu comportamento de maneira vaga, quase que isolados, evitando o
convívio social.
Devido
à todos os fatores citados, é comum que a pessoa cuidada fique irritada por não conseguir falar ou se
expressar de maneira adequada, embora até consiga entenda o que está sendo dito
à ela. Para melhorar a comunicação com o idoso e evitar desconfortos,
aconselha-se o uso das dicas a seguir:
•
Faça uso de frases curtas e objetivas.
•
Evite tratá-las como crianças utilizando
termos inapropriados como “vovô”, “querido” ou ainda utilizando termos
diminutivos desnecessários como “bonitinho”, “lindinho” (a menos que a pessoa
goste).
•
O cuidador deve repetir a fala,
quando essa for erroneamente interpretada, utilizando palavras diferentes.
•
Fale de frente, sem cobrir a boca,
não se vire ou se afaste enquanto fala e procure ambientes iluminados para que a pessoa além de ouvir, veja o movimento dos lábios da pessoa que fala
com ela, assim entenderá melhor.
•
Aguarde a resposta da primeira
pergunta antes de elaborar a segunda, pois a pessoa pode necessitar de um tempo
maior para entender o que foi falado e responder.
•
Não interrompa a pessoa no meio de
sua fala, demonstrando pressa ou impaciência. É necessário permitir que ele
conclua o seu próprio pensamento.
•
Caso o cuidador não entenda a fala da pessoa cuidada, peça que escreva o que
quer dizer. Se a pessoa cuidada não puder escrever, faça perguntas que ela possa responder com gestos e combine com ela
que gestos serão usados, por exemplo: fazer sim ou não com a cabeça, franzir a
testa ou piscar os olhos, entre outros.
•
Diminua os ruídos no ambiente onde a
pessoa cuidada permanece.
•
Sempre que a pessoa demonstrar não ter entendido o que foi falado, repita o que falou com calma evitando constranger a pessoa cuidada.
•
Procure falar de forma clara e pausada,
aumentando o tom de voz somente se realmente for necessário.
•
Verifique a necessidade e condições de
próteses dentárias e/ou auditivas que possam estar dificultando a
comunicação.
•
Converse e cante com a pessoa, pois
essas atividades estimulam o uso da voz.
A
música ajuda a pessoa cuidada a recordar pessoas, sentimentos e situações que
ocorreram com ela, ajudando na sua comunicação.
Cristiane Faria
Coordenadoria Científico
Gestão 2012/2013
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