A hipertensão é uma doença comum, que atinge cerca de 15% a
20% da população brasileira. É
responsável por 54% de todos os casos de acidente vascular cerebral (AVC) e 47%
dos casos de infarto, fatais e não fatais, em todo o mundo. No Brasil, a
hipertensão afeta mais de 30 milhões de brasileiros (36% dos homens adultos e
30% das mulheres) e é o mais importante fator de risco para o desenvolvimento das
doenças cardiovasculares (DCV), com destaque para o AVC e o infarto do
miocárdio, as duas maiores causas isoladas de mortes no país.
O QUE É A HIPERTENSÃO ARTERIAL?
A
hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clinica multifatorial caracterizada
por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se freqüentemente
a alterações funcionais e/ou estruturais dos orgãos-alvo (coração, encéfalo, rins
e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com conseqüente aumento do
risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais.
Em um individuo em estado de
hipertensão, suas artérias ficam “apertadas” e dificultam a passagem do sangue,
razão pela qual o coração precisa exercer uma pressão maior para bombeá-lo.
A maioria das pessoas que tem
hipertensão não apresenta sintomas. Porém, quando presente, podem manifestar-se
como dor de cabeça, sangramento nasal, tonturas e zumbidos no ouvido.
Não há uma causa conhecida para a
hipertensão; eventualmente, problemas endócrinos e renais, gravidez, uso
freqüente de alguns medicamentos (anticoncepcionais, descongestionantes nasais,
antidepressivos, corticóides e moderadores de apetite) de cocaína, bem como
doenças neurológicas, podem ser causas de hipertensão arterial.
Alguns fatores como
idade (idosos), etnia (maior prevalência em afro descendentes), obesidade,
excessiva ingestão de sal, ingestão de álcool, genética, sedentarismo e outros
fatores de risco cardiovascular, são classificados como fatores de risco para o
desenvolvimento de hipertensão arterial.
O diagnóstico é baseado na medida da
pressão arterial com um aparelho próprio, usado em hospitais, ambulatórios e
consultórios. Embora simples, a medida isolada da pressão sofre influência de
vários fatores. Por conta disso, hoje a medicina utiliza outros recursos
adicionais para diagnosticar a hipertensão.
Um deles é o teste ergométrico, que
mede a pressão do indivíduo durante o esforço físico e pode evidenciar se ele
possui risco de desenvolver hipertensão. Outro é a monitoração ambulatorial da
pressão arterial (MAPA), que registra a pressão do paciente 24 horas, ao longo
de suas atividades diárias e do sono, fornecendo dados relevantes para o
médico. Mas nenhum desses recursos substitui a avaliação clínica do paciente e
a medida da pressão arterial em consultório.
O controle da hipertensão é de extrema
importância, visto que a expectativa de vida de uma pessoa com hipertensão é
40% menor que a de um indivíduo sadio. Isso devesse ao fato que ao esforçar-se
para bombear o sangue, o coração do hipertenso fica vulnerável à insuficiência
cardíaca. Além disso, devido ao aumento da pressão, vai desgastando os vasos,
que podem romper-se e causar derrame cerebral. Esse desgaste ainda facilita o
acúmulo de placas de gordura nas artérias (Aterosclerose), predispondo o
indivíduo ao infarto e comprometimento do sistema de filtração dos rins.
Na maioria dos casos, o controle deve
ser feito através de dieta alimentar (pouco sal e gordura) e mudança de hábitos
de vida (deixar de fumar, ingerir menos álcool, fazer exercícios e emagrecer). Em
alguns casos existe a necessidade do uso de medicamentos (diuréticos, Captopril
- inibidores de ECA, Prazozin - antagonistas alfa1, Clonidine - agonista alfa2,
Bepridil - bloqueadores de canal de cálcio, Atenolol – bloqueador beta), mas só
o médico pode estabelecer o tipo de hipertensão, avaliar o estado dos órgãos
alvo da doença e prescrever o tratamento indicado.
Para ser rotulado como hipertenso, o
paciente deve apresentar níveis de pressão acima dos limites da normalidade,
obtidos em medias consecutivas, em duas ou mais visitas ao médico.
Levar uma vida saudável, manter o peso
ideal, não ingerir bebidas alcoólicas, fazer exercícios, não fumar e adotar uma
dieta balanceada, com consumo moderado de sal são atitudes preventivas. Também
é recomendável que toda pessoa com mais de 40 anos faça medidas periódicas de
pressão – sobretudo quem tem histórico de pressão alta na família – sempre sob
orientação médica.
Acesse o link e entenda melhor:
Renato Petitto Netto
Coordenadoria do Científico
Gestão 2013/2014
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