sexta-feira, 25 de abril de 2014

Doenças Perinatais

As doenças perinatais ou neonatais são infecções adquiridas por transmissão vertical, ou seja, a transmissão da mãe para o filho pode ocorrer no útero, no momento do parto ou durante o aleitamento materno podendo em alguns casos levar a sequelas futuras comprometendo a saúde e o crescimento dessa criança. A grande consequência desse tipo de patologia e que na maioria dos casos a mãe por falta de conhecimento e orientação desconhece o risco que seu filho tem de adquirir certas doenças provenientes dela mesmo.  Estima-se que 10% dos nascidos vivos possam desenvolver infecções perinatais, sendo os casos mais comum as infecções pelo HIV, CMV (vírus da herpes) e pelo Treponema pallidum. Essas infecções adquiridas podem ocorrer por via intra-uterina, durante o parto ou pós-parto.


Infecções intra-uterina

Essa é a via com maior incidência de infecção do feto, que adquiri a patologia após a infecção materna, geralmente a transmissão do agente microbiano para a criança ocorre por passagem da placenta.  As infecções adquiridas pelo feto são denominadas infecções congênitas.
O período em que acontece a infecção irá determinar os sintomas que o feto pode desenvolver e a evolução da doença.  Apesar de ser menos frequente a infecção fetal na primeira metade da gestação, maior será a probabilidade de a infecção sintomática fetal ou de ocorrer morte do embrião, aborto, anomalias do desenvolvimento e prematuridade.  Já a infecção fetal na segunda metade de gestação maior é a probabilidade de a infecção ser assintomática no período neonatal.

Infecções adquiridas durante o parto e no período pós-natal

As infecções adquiridas no período parto e após três semanas pós-nascimento são denominadas infecções perinatais. Geralmente, a transmissão pode se dar durante o trabalho de parto, por transfusão materno-fetal. Essa via é a principal responsável por infecções do HIV quando a mãe é portadora do vírus.                                                                                       
As infecções pós-parto ocorrem principalmente no aleitamento materno, pois vírus e bactérias podem estar presentes no leite e em lesões mamária.
Diversos patógenos podem ser transmitidos da mãe para o feto, mas atualmente as transmissões mais frequentes são: sífilis, vírus da hepatite B, HIV, toxoplasmose e citomegalovirose.

Sífilis

Doença causada pelo Treponema pallidum, a transmissão acontece majoritariamente por via vertical, em que o micro-organismo se dissemina pela placenta infectando o feto, pode ocorrer também no momento do parto se a criança tiver contato com lesão genital materna, mas casos como esse são considerados raros. E sabe-se que o aleitamento materno não transmite a bactéria para o bebê.

HIV


Principal infecção que a mãe transmite ao filho durante a gestação, sendo que pode ocorrer por três vias: intra-útero, intraparto e pós-parto, mas 70-90% dos casos ocorre transmissão durante o parto. Nesses casos quando a mãe informa que é portadora da doença, assim que a criança nasce inicia-se tratamento com os medicamentos antirretrovirais para abaixar a carga viral e impedir o desenvolvimento da doença.


VÌrus da Hepatite B (VHB)

A transmissão do vírus da mãe para o filho acontece principalmente no período gestacional, com exposição ao sangue materno, devido a presença do vírus nesse meio.
As doenças descritas acima representam uma ínfima parte das milhares de possibilidades de infecção que podem acontecer, mas são extremamente danosas para o recém nascidos..                                                                                                  
Vale a pensa ressaltar que o Ministério da Saúde investe massivamente em políticas de saúde para garantir a gestantes acesso de qualidade a serviços de saúde e  em 2000, o Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN). Ele incentiva as gestantes a buscarem o Sistema Único de Saúde (SUS) e estabelece que sejam realizadas, no mínimo, seis consultas: uma no primeiro trimestre de gravidez, duas no segundo e três no terceiro.  O pré-natal, acompanhamento médico que diminui os riscos de complicações e mantém o bem-estar da mãe e do feto.  Com as consultas e exames, é possível identificar problemas como hipertensão, anemia, infecção urinária e doenças como a Aids e a sífilis, que podem prejudicar a gravidez e a formação do bebê. Com relação aos exames, o indicado para uma gravidez sem complicações são os testes de sangue, glicemia, urina, sorologia anti-HIV (que identifica presença do vírus da Aids), sífilis, hepatites B e C,  toxoplasmose, rubéola e estreptococo. Durante o pré-natal, o médico também pode indicar a necessidade de a grávida tomar vacinas contra hepatite, gripe e dT (dupla adulto contra difteria e tétano).
                                                                                              

terça-feira, 22 de abril de 2014

Septicemia

A septicemia é uma doença extremamente grave correspondente à invasão maciça ou persistente de bactérias no sangue. É preciso diferenciar esta situação da que ocorre em várias doenças bacterianas, quando os micro-organismos passam para a circulação sanguínea em reduzida quantidade ou de forma esporádica propagando-se através do organismo e estabelecendo-se em vários tecidos. Neste caso, fala-se de bacteriemia e apenas constitui mais um passo na evolução patológica da doença em questão. Por outro lado, em caso de septicemia, a invasão microbiana do sangue é tão significativa que provoca manifestações e complicações muito sérias.
O ponto de origem da septicemia pode ser muito variado. Os micro-organismos podem chegar ao sangue provenientes do exterior, como através de feridas, de injeções contaminadas ou devido a vários procedimentos terapêuticos efetuados em deficientes condições de assepsia. Todavia, normalmente, passam para o sangue a partir de um foco infeccioso prévio, nomeadamente um abcesso ou uma infecção no aparelho respiratório, nas vias urinárias, no intestino, entre outros. Pode surgir como complicação de um processo infeccioso em qualquer pessoa, embora seja, normalmente, mais frequente nas pessoas que apresentam um estado de imunodeficiência, com uma evidente diminuição das defesas orgânicas.
Os sintomas da septicemia dependem da gravidade da infecção. Muitas vezes as manifestações da enfermidade podem demorar horas ou dias, ou às vezes pode deixar o paciente inconsciente rapidamente. Origina vários sinais e sintomas gerais, tais como febre elevada acompanhada por arrepios e sudação profusa, sensação de debilidade e prostração. Contudo, também pode originar inúmeras manifestações correspondentes ao estabelecimento dos micro-organismos que proliferam no sangue em vários pontos do organismo, num processo denominado metástases sépticas, nas válvulas cardíacas, fígado, pulmões, pele, sistema nervoso, entre outros. Caso não se proceda imediatamente ao tratamento oportuno, baseado na identificação do micro-organismo causador e na administração de antibióticos capazes de o combater, o quadro pode conduzir a um choque séptico, que se traduz em colapso circulatório e insuficiência nos órgãos vitais, podendo provocar a morte do paciente.

Como o médico diagnostica a septicemia?
A identificação do agente causador é fundamental para o diagnóstico e cura. Quanto mais tarde se iniciar o antibiótico menor as hipóteses de recuperação.
Radiografias e tomografias computadorizadas podem ajudar no diagnóstico, que deve ser complementado pela punção lombar e pela análise de sangue e urina, quando necessários. As culturas feitas nesses materiais orgânicos permitem identificar o micro-organismo causador e qual o antibiótico mais adequado para cada caso. Devem ser feitos frequentes exames de sangue para acompanhar a evolução e as possíveis complicações da doença.

Tratamento
Devido à gravidade da doença, estes doentes são tratados na unidade de cuidados intensivos porque necessitam de uma monitorização constante quanto à perfusão sanguínea, função respiratória, renal e cardíaca.
O fundamental ao tratamento são os antibióticos para se combater a infecção. São administrados soros para não deixarem baixar os valores da tensão arterial. Em certas situações, o soro não é suficiente para manter a tensão arterial estável pelo que é necessário recorrer ao uso de medicamentos. Geralmente, estes doentes não se alimentam pela boca, pelo que lhes é colocado uma sonda nasogástrica, um tubo colocado no nariz até ao estômago, para se alimentarem, a chamada alimentação entérica. Também é administrada alimentação pelas veias, a alimentação parentérica.
Se o doente não conseguir respirar sozinho, pode ser necessário usar uma máquina para ajuda-lo a respirar ou respirar por ele. Os rins também podem parar temporariamente. Nestes casos o doente faz hemodiálise para limpar o sangue das impurezas. Além disso, alguns doentes precisam de um controlo da glicemia (açúcar no sangue).
Estes doentes necessitam de medidas preventivas para a trombose venosa profunda, como meias kendall, e aparecimento de úlceras de pressão.

Como evoluem as septicemias?
Antigamente a maior parte das pessoas com septicemia morria. Mais recentemente, com a descoberta de novos antibióticos e a melhoria dos cuidados hospitalares, esse número reduziu-se muito. Contudo, a septicemia continua sendo uma condição grave, com uma elevada taxa de morte, sobretudo em pacientes imunodeprimidos e idosos.


Ana Carolina Loiola - Coordenadoria do científico - Gestão 2013/2014

domingo, 6 de abril de 2014

Cirrose hepática

A cirrose é caracterizada pela transformação do tecido de um órgão formado pelas suas células normais por tecido fibroso. Nesse caso a patologia se encontra no fígado e a troca pelo tecido fibroso acarreta no comprometimento de suas funções ou até mesmo a perda delas, atingindo em sua maioria, homens devido aos seus hábitos.


O Fígado é um importante órgão, a maior glândula do nosso corpo e exerce várias funções, como a secreção da bile, armazenamento de glicose, metabolização de drogas e hormônios, síntese de colesterol e muitas outras. Logo, é muito importante que fiquemos atentos aos cuidados para sua preservação e o seu bom funcionamento.


Causas
O uso abusivo de álcool é o líder causador da doença, o uso crônico e em grandes quantidades é muito tóxico para o fígado e o número de internações nesse caso só aumentam. As hepatites B, C e auto-imunes, uso de certos medicamentos também são grandes causadores. A predisposição genética e idade (acima de 45 anos) são fatores importantes a serem levados em conta.

Sintomas
A fase inicial da doença é assintomática e por isso dificulta sua detecção nos primeiros estágios. Com o agravamento da lesão hepática, há o surgimento de alguns sinais, como: náuseas, vômitos, perda de peso, dor abdominal, constipação, fadiga, fígado aumentado, estrias (aranhas vasculares na pele), olhos e pele amarelados (icterícia), urina escura, perda de cabelo, inchaço (principalmente nas pernas) e presença de líquido na cavidade abdominal.
Quando a doença não é tratada, há um quadro de falência hepática progressiva que pode gerar consequências para outros órgãos e levar a morte. Segundo a OMS, a taxa mortalidade para a cirrose hepática no Brasil é de 14,5%.


Diagnóstico
O diagnóstico é, normalmente, realizado com a doença em um estágio mais avançado, quando os sintomas aparecem, através do exames clínico, bioquímico, de imagem (ultra-som) e caso necessite de uma confirmação, de biópsia. A cirrose é um fator de risco para o câncer no fígado, e na biópsia é possível observar o surgimento de neoplasias.

Tratamento
Atualmente a única forma de cura é o transplante de fígado. O tratamento consiste em medidas para conter o agravamento da doença, uma vez que as lesões evoluem e são irreversíveis. O primeiro passo após o diagnóstico é combater, quando possível, o agente causador, sendo eliminando o vírus ou o consumo de bebidas alcoólicas e de drogas. As lesões causadas no órgão iram limitar a dieta do paciente e sua adequação é importantíssima. O acompanhamento constante da doença é necessário para identificar possíveis agravos.
Devido à grande dificuldade do tratamento, é aconselhável, como em toda doença, a PREVENÇÃO. Seja ela evitando o uso abusivo de álcool, a contaminação do vírus das hepatites (uso de preservativo, não compartilhamento de seringas e vacinação para hepatite B) e tratamento e acompanhamento correto dessas, uma vez contraído.